quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"Da Timidez"- Luis Fernando Veríssimo

Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.

Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre que-bram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.

O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.

O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.

O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem. Para o tímido, duas pessoas são urna multidão. Quando não consegue escapar e se vê diante de uma platéia, o tímido não pensa nos membros da platéia como indivíduos. Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias, portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a platéia fechar os olhos, ou tapar um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Injustiça

Tive dois sonhos em uma noite:

Em um eu estava em NY, na viagem dos meus sonhos.

No outro eu perdi o escolar.

Agora adivinhem qual foi o que se realizou?

PS: Isso, o do escolar.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

"Como eu era antes de você"- Jojo Moyes

"Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento.
O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado".

Quando Louisa começou a trabalhar como cuidadora de Will, ela não gostava. Ele era ignorante, tratava-a com desinteresse e Lou só aturava aquele emprego porque precisava do dinheiro pra ajudar sua família. Mas aos poucos eles foram ficando amigos, e ela percebeu que ficava mais tempo com Will do que com Patrick. Will era engraçado, se importava com ela; e Patrick só falava sobre calorias, Norseman Xtreme, e coisas relacionadas à massa corporal e esportes. Louisa, com 27 anos, não fez faculdade e também não se importa muito em crescer na vida. Isso antes de Will incentivá-la a estudar e ter uma vida melhor e etc. Tudo estava indo bem até Clark ouvir a conversa da Sra. Traynor e Georgina (irmã de Will) sobre o fato de ele ter decidido ir para Dignitas, na Suiça, que é, por mais horrível que pareça, uma clínica suíça que cobra cerca de R$ 15 mil para fazer suicídio assistido. Ele iria pra lá a seis meses.

Lou pensou em se demitir, mas acabou por continuar com Will. Ela havia decidido ajudá-lo a mudar de ideia sobre Dignitas. "Eu dispunha de cento e dezessete dias para convencer Will Traynor de que ele tinha motivos para viver". Ela planejou vários passeios, viagens a fim de tentar convencê-lo de que ainda havia motivos pra viver. Se ela conseguiu ou não fazê-lo mudar de ideia, isso eu não vou dizer. Digo apenas que eles se apaixonaram. Mas será que o amor foi suficiente? O suficiente para convencer alguém a não se suicidar? Alguém que era totalmente dependente, que morria de saudades das aventuras que vivera, dos países que visitara; alguém que não queria mais sofrer, não queria ficar "aprisionado" numa cadeira de rodas pro resto da vida. Queria viver, mas sem a companhia da cadeira de rodas. 

Depois que ele sofreu o acidente e ficou totalmente dependente, a única coisa que ele tinha autoridade era tomar suas próprias decisões. Ele vai escolher morrer, ou viver, apesar do amor e das tentativas de Louisa?

Por: Bruna G.

Vocês não têm nem 1% de ideia do quanto eu chorei. Não tanto quanto em "a culpa é das estrelas", mas esse livro realmente me emocionou. Eu recomendo pra quem quer se deprimir, sei lá, ou pra quem quer uma boa história pra ler. ;)

Dia dos solteiros

Seria um planejamento para uma futura estratégia de marketing? Já posso ver o dia em que as lojas vão ganhar muito dinheiro vendendo presentes para solteiros que querem presentear a si mesmos. Mas acho que, atualmente, o dia dos solteiros só existe porque as pessoas não têm o que fazer, então ficam a inventar datas pra tudo.

Enfim, feliz dia dos solteiros pra quem é solteiro. Não há motivos pra ficarmos tristes por não termos alguém; o mundo é mais do que isso. Ainda existem livros, músicas, chocolate, filmes, pipoca, sorvete... pra quê alguém, né? Devo anunciar a todos que eu, euzinha, não sou mais solteira. Pois é, meus amigos e minhas amigas, sei que estão surpresos. Deveriam estar mesmo. Nunca falei deles pra vocês. Eu o amo e ele me ama, sabe, fomos feitos um pro outro. Pena que ele é um personagem de um livro (HAHAHAHA).

Não dou a mínima para o dia dos solteiros, mesmo eu sendo uma. Está sendo um dia normal. Não caiu nenhum meteoro na terra, ainda não vi uma lhama nem uma estrela cadente, não ganhei um violão nem um livro novo, etc. O que nos resta é viver o dia dos solteiros como se ele tivesse uma importância histórica (o que eu tenho certeza que não tem) e adotarmos a frase "antes só do que mal acompanhado" como nosso lema de vida. E viva os solteiros!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013


"Esqueça Um Livro".



Uma ótima iniciativa! Vale a pena assistir e, se possível, praticar (:
Vamos desapegar dos nossos preciosos livros e passar adiante. Talvez alguém se interesse, e assim formamos uma corrente contribuindo para um Brasil que lê mais! ;)

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O que uma garota tem a ver com uma proposta irrecusável- Jill Mansell

Li esse livro duas vezes e ainda não tinha feito a resenha dele. Então, lá vai:

O livro conta a história de Doug e Lola. Eles eram namorados, se amavam e blá blá blá. Viviam felizes, até Adele, a megera mãe de Dougie aparecer com uma proposta. Ela ofereceu a Lola uma coisa em troca de que ela rompesse seu namoro com Doug. Mas é claro que Lola não aceitou! Essa velha pensava que poderia comprá-la?? Mas acabou que Lola precisou, realmente precisou da tal coisa. Acabou rompendo suas relações com Doug pra ajudar uma pessoa que ela amava muito, e fugiu com sua amiga. Oh, pobre Doug, ficou arrasado. A dor da perda era tão devastadora que ele sentiu como se seu coração pudesse, de verdade, se partir. 

Anos depois, Lola estabelecida financeiramente, trabalhando com o que ela realmente gosta, se encontra com Doug. Tudo o que ela sentia ainda estava lá, e ela tinha certeza que ele também sentia. Mas ele se recusava a admitir, e nem mostrava sinais de que estava interessado nela, ainda mais depois de saber que ela o trocara por uma coisa... No decorrer da história há vários acontecimentos, histórias de outras pessoas envolvidas, como: Gabe, Sally, Nick, Blythe... Lola conhece seu pai verdadeiro (Nick), tenta reaproximá-lo da sua mãe, mas tudo dá errado porque ela está apaixonada por um ursão que se veste mal e tem uma franja de cabelo nos dedos dos pés. Lola se importava muito com a aparência das pessoas. Esquecia de olhar pra dentro delas.

Acontece que Doug tinha uma namorada. Claro, sempre há algo para impedir um casal de ficar junto. Mas ela não era só a namorada de Doug. Ela era a famosa garota inteligente, sabe-tudo, linda, adorada pela sogra, etc. Enfim, tudo o que Lola não era. Mas será que Lola ainda tinha chance? Ela queria saber. Então fez de tudo pra aparecer, impressioná-lo pra ele finalmente ( finalmente!) lembrar que ela era a mulher da vida dele. Mas como Lola diz: isso não é uma história perfeita, nem um conto de fadas. 

Enquanto Lola tentava reconquistar Dougie, outros romances rolam por aí. Mas vou falar apenas sobre a personagem principal. Apareceu outro cara na vida dela, porém ele não era Doug, então não foi pra frente. Mas afinal, por que Lola precisara daquela coisa anos atrás? Nick fez essa pergunta a Doug, e o deixou pensando. Quem era tão importante assim pra ela, a ponto de ela aceitar a proposta? E será que Dougie vai conseguir descobrir e perdoá-la? 


Me identifiquei bastante com a paixão por livros de Lola; e também pela sua frequência de criar fantasias. Amei a escrita engraçada e inteligente de Jill Mansell e a forma com que ela lembra durante o livro inteiro que isso não é um conto de fadas, não é uma história perfeita daqueles programas de tv, não é um livro do Nicholas Sparks, nem um romance de Stephanie Perkins. Isso foi o que mais gostei. E, realmente, não era nada ficcional. Era tão real, que pareceu-me uma história verídica. 
Mas, como TANTOS outros escritores, Jill Mansell NÃO DESCREVE OS PERSONAGENS! Isso é horrível, não tem como ser pior! Todos os escritores que se prezam deveriam descrever seus próprios personagens! Pense sobre isso, Jill Mansell, e escreva um livro mais detalhista, talvez. Esse foi um dos melhores livros que eu já li, um dos mais engraçados e legais. Ele parece ser um romance chato e etc, mas confiem em mim, ele definitivamente não é! É perfeito! E pensar que tudo começou com um daquelas propagandas que vêm dentro de alguns livros que a gente compra. Eles podem trazer a propaganda do melhor livro que você vai ler na vida. Dê valor!

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O que fazer no último dia de férias?

Meu último dia de férias foi ontem e eu sempre fico sem saber o que fazer quando chega esse dia.
Acontece que eu pensei tanto no que poderia fazer pra finalizar minhas férias com chave de ouro, que acabei por não fazer nada muito interessante. Tocar violão, ler e reblogar já são coisas muito normais pra mim.

Certo, meus pais não entendem o valor sentimental que esse dia tem pra mim. Caramba, é o fim das minhas férias! Mas, pra eles, é apenas um dia qualquer. O dia perfeito pra acordar sua filha de madrugada (8:30), obrigar ela a lavar a louça, arrumar o quarto, fazer o arroz e todas essas coisas. Ah, mas tudo isso muda quando você faz aquela cara de tortura e diz: "poxa, mãe/pai, hoje é meu último dia de férias". Nesse momento você pensa que eles ficarão com pena de você, e que te deixarão fazer qualquer coisa e ir a qualquer lugar, mas o que eles dizem? "Finalmente! Já estava na hora de voltar a estudar". Oh, que maldade!

Meu último dia de férias não foi lá essas coisas, ainda estou bolada com meus pais por não contribuírem para um mágico fechamento das minhas férias, e meu primeiro dia de aula foi horrível.

P.S. Meu primeiro dia de aula só não foi TÃÃO horrível assim porque eu ganhei um cupcake, isso salva qualquer um de qualquer depressão do tipo não-tive-um-bom-último-dia-de-férias.