sexta-feira, 26 de julho de 2013

Resenha: "Como dizer adeus em robô"- Natalie Standiford

Beatrice Szabo é uma garota que vive mudando de cidades e escolas por causa do seu pai, que era professor universitário e vivia procurando por subvenções maiores, alunos mais inteligentes e reverências maiores por parte dos colegas. Estavam se mudando de Ithaca para Baltimore. Sua mãe andava meio estranha desde que se mudaram para Ithaca. "[...] antes de Ithaca, era como uma irmã mais velha ou uma babá favorita. [...] Então, depois que nos mudamos para Ithaca, ela começou a agir estranho- distante, como se guardasse segredos de mim". Esse negócio de robô (ver título do livro) começou quando o gerbil que Beatrice e sua mãe tinham acabado de encontrar, morreu. Não havia nem um dia que o haviam encontrado, mas mesmo assim sua mãe fez o maior drama por causa da sua morte, com direito a prantos, soluços e tudo o mais. Naquele momento, eu tive certeza que a progenitora de Beatrice Szabo tem problemas sentimentais e cerebrais. Beatrice não ficou triste nem nada, mal se importava com a morte do pequeno roedor. E, nesse contexto, a mãe de Beatrice disse que ela era um robô, ou seja, não tinha sentimentos.
"Talvez eu seja um robô, pensei. Será? Bati na minha barriga. Não fez barulho do jeito que uma barriga de robô deveria fazer. Longe disso".
Baltimore. Nova cidade, nova escola, novos amigos. Beatrice conheceu Anne, ASUE (Anne Sem Um E), Tiza, o charmosíssimo Tom Garber, Walt e o Garoto Fantasma: Jonah. "A pele era branca como farinha e os olhos, cinza como gelo de lago. Parecia um fantasma." Jonah não tinha amigos, as pessoas caçoavam da aparência dele e do seu jeito fantasmagórico de viver, pois ele agia como se não estivesse presente.

Beatrice e Jonah se envolveram numa amizade muito forte.
"- Por que está com tanto ciúme? - perguntei. - Não é como se você fosse meu namorado nem nada. Você é?
- Namorado é uma palavra tão idiota - falou Jonah. - Não, não sou seu namorado. Achei que estávamos muito além disso. O que nós somos não pode ser descrito por palavras triviais como namorado e namorada. Até mesmo amigos não chega nem perto de descrever".
Eles compartilhavam segredos, planos, angústias, assistiam todos os dias a um programa de rádio da madrugada chamado The Nitgh Lights, etc. Os personagens do programa de rádio me pareceram muito interessantes, cada qual com suas características: Don Berman sempre fazia uma voz diferente; Kreplax era o cara do futuro; Larry sempre colocava pra tocar uma música velha; Dottie era depressiva, e etc. Me encantei com cada um deles. Jonah e Beatrice se apresentavam como Garoto Fantasma e Garota Robô.

Não vou dizer o que acontece no final. Jonah é o tipo de personagem misterioso, mas que a gente acha que conhece. Porém, quando chegamos ao fim do livro percebemos que não, não conhecemos Jonah.

Ainda não me despedi dos personagens. Dá vontade de ler de novo, e de novo.

Amo esses livros que não têm um final previsível. Se você espera previsibilidade da parte de Natalie Standiford, pode tirar o cavalinho da chuva! "Como dizer adeus em robô" (Galera Record, 2013) fala sobre um tipo diferente de amor, não esse tipo de amor que todos esperam num romance, mas um amor inexplicável. Não especificamente um amor de namorados, nem de amigos, nem de irmãos. Podemos dizer que é tudo junto e misturado. Nunca tinha lido um livro que fala sobre esse tipo. Achei interessante, lindo, tudo de bom e etc. Recomendo.

2 comentários:

  1. Quero muito ler esse livro! Me falaram que lembra um pouco um livro que eu amo, o Por Isso a gente Acabou e desde então eu tô louca atrás desse. Nunca imaginaria que a história fosse essa pelo título/capa. Bjos!

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  2. Sou louca pra ler "por isso a gente acabou"!
    Ah, sério, leia esse livro, vc vai amar! A capa, o título e a sinopse de "como dizer adeus em robô" não me atraíram, mas a história é única!
    Bjs

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