segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ser gentil

Há um conceito errado para a palavra "gentil". Um dia desses achei um livro de auto-ajuda numa livraria qualquer. A contracapa  dizia  que o autor ia ensinar como obter sucesso, felicidade e riqueza por meio da gentileza, fazendo do leitor uma pessoa melhor e bem-sucedida. Ok.
Nem precisei terminar de ler a contracapa para deixar o livro lá onde ele estava. Primeiro, porque tenho outros livros pra ler. Segundo, porque já sou gentil. Não vejo lá toda essa diversão em magoar as pessoas e ser rude.
Ser gentil deveria ser uma atitude para facilitar as relações humanas, e não uma meta pra o sucesso financeiro, etc. Que sucesso, o quê! Agora tudo o que a gente faz, até uma mísera gentileza, tem que visar o sucesso?
Mas, gentileza demais já é abusar da sorte! Claro que você não vai deixar de responder a um "bom dia", dar uma informação a alguém, ajudar a famosa idosa a atravessar a rua, tratar bem comerciantes e funcionários e etc. Mas também não vai pagar um lanche pra todos os moradores de rua que pedirem comida (a não ser que você tenha dinheiro suficiente pra isso), nem aceitar todos os panfletos que te oferecerem (afinal, você vai jogá-los fora), nem entrar no mesmo elevador que um primo do coringa com aquela aparência estranha e assustadora e com aquele sobretudo enorme com um aspecto de "oi, sou um sobretudo e tenho muitos bolsos para colocar os mais diversos tipos de armas". Ele pode ser um matador/ladrão, ou não. Mas, se quiser ser gentil o bastante e entrar no elevador pra ele não pensar que você é preconceituoso e que a aparência dele fez você pensar que ele era um matador/ladrão, vá em frente. Mas se tiver que se abster de algumas gentilezas, pegue um táxi, vá pra casa, "sucesso é chegar em casa com vida".




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